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terça-feira, 21 de julho de 2009





















Os filmes de Harry Potter não me convidavam a assisti-los, porque não tinham aparentemente algo a me dizer, salvo agora depois de saber que no filme existe um personagem professor: o Professor Snape. Quando me surgiu a proposta de analisar o seu perfil para o curso Psicologia Educacional. 

Assim, curtindo rodadas de pipoca e suco de acerola, observei que no Filme existia um discurso mais sutil (sub-enredo) subjacente ao enredo deste, e assim, em meio aquela crise existencial adolescente de viés mágico, bem bolado numa linguagem repleta de um simbolismo ocultista pseudo-medieval cuja “criatividade” só o Pós-Modernismo poderia sugerir, me deparo enfim com o intrigante e mais significante personagem deste filme, certamente mais universal que o próprio Harry Potter.

Para mim, o perfil deste professor, além de tudo, se harmoniza com a proposta caricatural do filme: Pois descobri aos risos (quase me engasguei com pipoca) que Snape é quase uma hipérbole do personagem principal em sua maneira de fazer leitura do mundo, isso é visível quando através de sua metodologia e da relação com os opostos, em seus objetivos e metas e em sua maneira de agir magicamente. Como assim? Observe que enquanto Harry Potter tenta mudar o mundo ao seu redor para um fim que, segundo ele mesmo, é politicamente correto e elevado em seu cotidiano; o Professor Snape tenta fazer o mesmo em sala de aula, isto é, em uma escala menor. Ambos nunca se justificam verbalmente, mas demonstram em suas ações justificativas. Compare:
  • Harry Potter usa a varinha para tentar mudar, ao seu gosto e razão, segundo sua concepção de mal e de bem, tudo o que não lhe convém. Da mesma forma, o Professor Snape usa a vara para tentar mudar o que entende por negativo e, em sue lugar,  aplicar o que acredita por positivo;
  • Ambos fetichizaram seus instrumentos de trabalhos (a vara) a ponto de lhes atribuir poderes mágicos, isso se dá, quando a partir da repetição impensada do seu uso “entendem” intuitivamente sua a eficácia: (absolutização do objeto), independente de sua funcionalidade contextualizada;
  • Ambos usam a agressividade como escudo diante da sua impotência e despreparo em situações novas, essas situações se tornam novas, mesmo quando repetidas, porque não são pensadas ou avaliadas nunca;
  • Ambos enxergam essas situações ou pessoas de forma mágica, logo, intuem lhes como ameaça, ao passo que são transformadas em monstros suscetíveis de serem subjugados pela vara.
  • A “monstrificação” dessas situações por parte de ambos faz requerer obviamente “atitudes-monstrengas” para sua resolução. Resultado: ambos acabam destoando da realidade, criando uma conspiração (típica do maníaco depressivo, o que é acentuado pelos cenários do filme) e, por fim, nunca não são levados a sérios - mesmo sendo extremamente “sérios” em suas atitudes;
  • Ambas são pessoas traumatizadas: Harry Potter na escola da vida e o Professor Snape na vida escolar;
  • Ambos reproduzem em circunlóquios infindáveis um ao outro; Snape, no passado como aluno, foi vítima de um professor com Síndrome de Snape e agora Harry Potter sob o Professor Snape - se um dia for professor também, terá seu referencial: -... Bom dia, Professor Snape-Potter..., dirão os alunos em coro;
  • Ambos se utilizam de atitudes mágicas, receitas pré-estabelecidas para controlar dada situação;
  • Ambos não se esforçam para repensar sua prática, pois como são práticas pré-estabelecidas por uma tradição anterior, se tornaram uma Instituição e suas regras, exatas e imutáveis, não podem jamais serem quebradas, caso contrário, perdem seu poder, em si mesmas.
  • Ambos são alienador da competência e habilidade de improvisar devido ao dogmatismo absoluto onde estão mergulhados e que só lhes concede uma opção: seguir a risca uma receita “infalível”;
  • Ambos se decepcionam e se frustram - a evidência é que estão sempre lutando a mesma luta cotidianamente, mas não perdem a "esperança" em conseguir alcançar seus objetivos, mesmo estando “cegos” em sua metodologia e planos.
  • Ambos são motivados mais pelos meios que pelos fins: Em Snape o ensino-aprendizagem é uma desculpa para exercer o seu “controle” pelo medo da turma, porque nunca evidencia ter planejado suas aulas.
...Ufa, acho que é só isso que tenho a dizer no momento, mas para que eu não seja acometido pela Síndrome de Snape, peço a você leitor que construamos juntos e de forma não-diretiva o perfil desse tipo de educador para que possamos apresentar juntos, sistemática e detalhada um alternativa para a prática de Ensino-Aprendizagem para a Pedagogia Dialógica .

Observações: Confesso que ao apresentar criticamente os problemas de um perfil de “educador” assim e ao concluir, não oferecer hipóteses, soluções ou mesmo alternativas para o labor ideal de educar, posso estar evidenciando aqui sintomas da Síndrome de Snape. Contra isso, acho que vou consultar o “doutor” Carl Rogers agora. Até breve.